Resenha do livro "O Eterno Barnes"

O livro de estreia do Salustiano L. Sousa tem um enredo muito atrativo, e bom; imprevisível. Leitores de A Hospedeira encontrarão ideias similares em O Eterno Barnes; mas aqui não serão ditas para evitar Spoiler.

Sem dúvidas, um livro cheio de ideias filosóficas vindo dos pensamentos dos personagens; pensamentos sobre a vida e a morte, e questões levantadas contra a fé cristã. Em certos momentos o leitor enxergará a estória do livro como um pano de fundo para um debate sobre o conhecido e, principalmente, o desconhecido.

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Barnes, que se encontra doente, estuda uma forma de se tornar eterno utilizando a ciência, passando os dados de seu cérebro para outro mais jovem e saudável. É uma ideia muito louca para todos, porém não para Barnes, que esta apaixonado pelo seu projeto secreto e particular, ao qual dedica dias e noites há anos.

O melhor de O Eterno Barnes é que ele surpreende o leitor com suas reviravoltas, e são justamente as reviravoltas que deixam o final imprevisível. De início tomamos o Doutor Barnes como protagonista — até porque o título se refere a ele —, mas o que percebemos é que cada personagem tem sua importância; assim como na vida, onde cada ser humano se acha o principal, mas na verdade tem a mesma importância que o vizinho chato, rabugento, antissocial, o qual, aliás, também se vê como uma peça principal. 
A escrita do autor é fluente, certamente o leitor não travará em momento algum. Sem contar que o livro é recheado de informações e citações bem interessantes. Uma obra totalmente recomendada! No entanto o que percebemos é que Salustiano tentou deixar o livro "neutro" em relação à fé, mas ele pendeu claramente para o lado do ateísmo.

Poderia ter uma continuação, mas ela não é necessária. Uma estória boa, com um final misterioso.